"Apenas disseram adeus, nada mais, que nem uns sabem compor frases , nem os outros entendê-las, mas, passando tempo, sempre se encontrará alguém para imaginar que estas coisas poderiam ter sido ditas , ou fingi-las, e, fingindo, passam então as histórias a ser mais verdadeiras que os casos verdadeiros que elas contam."
José Saramago in Memorial do Convento
Gostava que, ao olhar para mim, pudesses ver quem viste outrora. Queria ver-te e descobrir quem eu sempre procurei. Mas a luz desvaneceu e com ela toda a magia que um dia nos envolveu.
Foste o equilíbrio ténue do meu coração, uma brisa que me rejuvenesceu e me fez acreditar não somente em nós mas também em mim, pois por escassos momentos perdi-me do que julguei poder vir a ser.
Não sou eu, não és tu, não somos nada. Somos o vazio aquecido por memórias desfiguradas pelo tempo, a solidão que procura na tristeza o sentido da sua existência.
Hoje és em mim a mágoa que persiste, o vulto que me assola o peito e que inesperadamente me assombra o coração. Em palavras, és o fragmento invisível do meu corpo que se alojou na tua alma e que irá viver em ti até o esquecimento abraçar a nossa história.
Que belo texto, gostei bastante
ResponderEliminarNota-se que é sentido, mas na sua tristeza é que se encontra a sua beleza
Também eu tenho em mim um fragmento invisível de alguém que se alojou na minha alma e que de vez em quando me salta ao coração
Esta maravilhoso! Como sempre *.*
ResponderEliminar