Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Almas quebradas




O ar gélido a ser a porta de entrada para o infinito, um lugar sem espaço nem tempo, apenas o frio a tomar conta do nosso corpo e a tornar-nos estátuas eternas, como se a solidão fosse a resposta para todas as questões essenciais, a razão da existência sublime das nossas almas perdidas, o sabor da vida que tentamos em vão alcançar.
            As estrelas brilham, derramam um oceano de luz e calor que se expande no horizonte, no entanto o nosso peito encontra-se longe de mais, junto da escuridão que nos consome lentamente.
            Hoje quis dizer-te palavras impossíveis, significados incompreensíveis, abraçar-te eternamente num único momento, longe de tudo, perto de nós. Hoje procurei tornar o que temos possível e unicamente nosso, como se as nossas almas estivessem ligadas pela atmosfera negra que nos envolve: a noite obscura a infiltrar-se nos nossos corpos, a neblina a ser a música que habita as memórias de um amor vivo no tempo, numa sucessão de imagens, memórias rasuradas pela dor, sofrimento que palpita no peito e nos lembra a vida que se desgasta semelhante ao papel amarrotado em que um dia escrevi os nossos nomes na promessa de um futuro, somente um futuro. Hoje desejei fundir o gelo que nos queima a alma sedenta de paixão, que nos aprisiona os movimentos, que nos cala as palavras que guardamos profundamente no coração.