Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

You're like my favourite damn disease



"Baby come back, any kind of fool could see
There was something in everything about you
Baby come back, you can blame it all on me
I was wrong, and I just can't live without you"

Baby Come Back, The Players


No mais íntimo dos nossos sonhos e desejos, o impossível encontra-se junto a nós, tão perto que chega a andar entrelaçado nos nossos braços como nosso eterno confidente. No entanto, quando a porta da realidade bate e estremece, faz-nos acordar e finalmente ver que esse que um dia vimos como nosso aliado não passa de algo inalcançável, distante como o sol que morre em nossos olhos de tão minúsculo, mas que no entanto é quase tão infinito como o amor que ostentamos a cada poro da nossa pele que nos consome a alma e nos desgasta o ser. 
Tu assemelhaste ao impossível, és inacessível e quase inexistente. Vives no meu coração como uma sombra, não sei da tua existência e apenas quando deslumbro a tua silhueta tomo consciência da tua presença, relembro o que guardo na alma, os pequenos fragmentos do sentimento que construí mas que em meros segundos destruíste com o silêncio das tuas palavras vãs e sem significado que culminaram no desespero de te ter tatuado na alma mesmo te querendo apagar do passado e fundamentalmente do futuro.
Eu sei que ambos podíamos ter construído o paraíso, alimentado sonhos e ilusões que nos reacenderam o espírito, concretizado todas as promessas que um dia fizemos em segredo, sem segundas intenções ou mentiras, puras verdades que no final se transformaram em desilusões que desgastaram o coração e o fizeram desvalecer. Contudo, o que és prevaleceu, arruinou todas as esperanças e hoje, passado tanto em tão pouco tempo, sei que amar-te é errado, destrói-me a cada segundo que o faço e deixa-me sem saber o que sou, como fechar o coração que se abriu para ti na esperança de te ter em pleno, apaixonar-me pelo que és e esquecer os defeitos que sempre me afastaram do mundo que és. 
Gostaria de poder dizer-te para voltares e contigo trazeres-me de volta, o meu coração que roubaste no momento em que me cativaste nos teus braços fortes, tornando a minha alma tua, siamesa do teu espírito e prisioneira do teu corpo, no entanto a realidade assombra o desejo, condena o amor que te tenho e afasta os nossos mundos, tão próximos e tão longínquos do essencial, de nós.
As palavras são espaços que nos afastam, distanciam os nossos caminhos e deixam-nos sem saber qual o nosso destino, o que nos espera para lá da penumbra que nos consome o sorriso, cerra os nossos olhos e apaga todos os pensamentos em que nós somos as personagens principais.
Tu és aquele em que não posso confiar o amor, para ti ele é como jogo de destruição onde ambos somos peões sedentos de horror, vingança, e, claro, vitória. Mas esqueceste do fundamental, o que nos trouxe até aqui e nos fez amar mais uma vez na vida, longe de todas as expectativas e certezas, o que sentimos e o sentido do sentimento que guardamos no peito. Para ti ele não passa de um mero cofre, um porto de abrigo para os teus medos e inseguranças. Para mim é muito mais do que um simples esconderijo do mundo, é a minha salvação, a porta de entrada para um novo mundo e a descoberta de um novo eu.

3 comentários:

  1. "Tu és aquele em que não posso confiar o amor, para ti ele é como jogo de destruição onde ambos somos peões sedentos de horror, vingança, e, claro, vitória."
    e temos sempre tendência a ir contra o que está certo não é ? :/

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  2. Gostei do blog... pões muito sentimento nas palavras. vou seguir! beijinho

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