"E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz."
Fernando Pessoa
Podes ser a sombra que me acompanha a cada passo, a respiração que me sufoca e me faz perder os sentidos, o arrepio que estremece a minha pele e me embala no mundo da emoção onde tu és o alimento para a chama que alimenta a minha paixão. Eu unicamente te quero junto a mim, não importa onde nem porquê, como meu siamês nas manhãs de neblina e nas noites de chuva incessante. Apenas te quero sentir, a tua impressão a descobrir cada traço meu, o teu aroma tatuado na minha pele suada de tanto sentimento latente em cada poro que me contempla, as minhas lágrimas navegando pelo oceano que é o teu corpo, tornando-te um vício.
Poderíamos tornar o mundo nosso aliado e o futuro a nossa esperança, no entanto és meu inimigo nas horas de lucidez, matas-me com cada palavra que citas, envenenas-me com o teu olhar luminoso que mergulha na minha alma e a contamina com todo o rancor que guardas no peito, fazendo temer a tua presença na minha vida, mesmo que esta seja inevitável.
Talvez a despedida fosse a luz ao fundo do túnel, a palma da tua mão dançando com a brisa que flutua na atmosfera, os teus passos largos que te levam e afastam de mim, abandonando-me na penumbra que sou. No entanto, é a ti que me confesso, guardo em ti os meus pecados e segredos, todos aqueles que apenas a minha alma ostentava, fiel a mim mesma, mas que a ti se abriu no momento em que te revelaste, minha alma gémea.
Nunca me abri de tal forma antes nem nunca mais irei fazê-lo novamente, cativaste de tal forma o meu coração que este já não se encontra o mesmo, feriste-o e coube-me a mim cicatriza-lo de todo o amor que este guardava, algo impossível de ser feito. Hoje sou a sombra do que fui, não guardo resto de sentimento algum em mim, sou imagem do passado e vivo num mundo de transição, como se algo me prendesse ao que já não sou mas que no entanto nunca deixei de ser. Guardo todo o amor intacto, como se este fosse a salvação, a minha salvação, a chave para o destino que poderia ter sido escrito, o qual rasurei e calei.
Hoje sei o que quis, do que fugi e do que quero, no entanto o tempo nem sempre é nosso aliado, e para além de ti, tem sido o meu maior inimigo, ferindo-me a cada segundo que passa, matando cada resto de esperança que ainda restava no meu peito e o preenchia.
E o que te quero dizer, não pela última vez, é que te amo e nada mais importa, pois eu sei aquilo que significaste, o horizonte que me fizeste ver e aquilo em que me transformaste, um pedaço de gente que não sabe o que é. Não existem palavras para te confessar, calas-me e deixas-me sem saber o que dizer com a tua simples existência, por mais longe que estejas, não importa o quão, encontras-te perto de mais para poder deixar-te ir.
And nothing else matters.
Tens toda a razão, e por vezes isso é melhor que podemos fazer para encontrar-mos um novo rumo, para encontrar-mos novos pontos de encontro e novos motivos de felicidade!
ResponderEliminarObrigada pelo comentário*
E também adoroo o teu blog ;$ posso seguir? :D
oh, que querida, obrigada $:
ResponderEliminarTambém te estou a seguir!
há sempre certezas que nós tornamos como absolutas porque precisamos que o sejam, deixam-nos mais seguros e vamos sempre precisar disso para seguirmos em frente. Muito obrigada pelo comentário:$
ResponderEliminarprecisamos sempre de alguém ao nosso lado, alguém que nos ouça e que nos complete, e quando esse alguém surge não o queremos deixar partir, é doloroso porque acreditamos que é com ele que seremos sempre felizes, se ele nos magoa, ainda custa mais a aceitar, mas, muitas vezes, o sentimento mantém-se inalterável e continuamos a amá-lo
mais um grande texto, adorei *.*
Oh, este texto faz todo o sentido. Há realmente pessoas que nos marcam, que deixam em nós memórias impossíveis de apagar. Memórias essas que permanecem, que nos acompanham a cada passo que damos, que estarão sempre aqui bem guardadas :')
ResponderEliminarBeijinho.
Rita f.