Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Coração de papel

"O amor é um acto de fé, uma manifestação de esperança. É como plantar uma semente (...) O nosso amor é de papel como as flores que me deste e no papel há-de ficar, para sempre escrito nas minhas palavras"
"Amores de Papel", Margarida Rebelo Pinto



Rasgas-me o coração como se de papel ele se tratasse, desenhas as letras negras do teu nome cravado no meu peito e tatuas o teu aroma no meu rosto tímido por te ver tão belo e sublime. Abraças-me, roubas-me o ar, estremeces-me a alma e paralisas-me o ser com uma só impressão dos teus dedos que dançam em torno da minha pele quente que arde por não te ter. Invades-me a reflexão, conquista-la e tornas-te pensamento, imagem diária reflectida no horizonte que olho, és tu quem vejo, o hoje, o ontem e o amanhã.
Deixa-me ter-te, dá-me um pedaço de ti, uma respiração junto ao ouvido, uma palavra solta por entre as frases que proferes cativantemente, um beijo escondido por entre os nossos cabelos negros que escondem aquilo que verdadeiramente somos, dois amantes que se anseiam, como a sede deseja a água e o deserto a chuva.
Desejo tocar-te quando me deixas a mão, ver-te quando foges do meu horizonte, ter-te quando me calas o coração e ignoras as palavras escritas no papel que um dia me deste, onde guardo toda a paixão desenhada nos nossos olhares comprometidos que denunciam aquilo que faz de nós o que somos, alma gémeas, páginas da mesma história inacabada.
Ninguém me verá, não da forma como eu te vejo, pois tu és a justificação para aquilo que sou, o céu no meu inferno, o abraço que aperta contra o peito, o bater do meu coração que bate por ti, por aquilo que és para mim.
Nada mais importa, por mais palavras que ouça, figuras que conheça, tudo se resume a ti, pois sempre foste tu desde o começo.




Daniela

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espírito crítico