Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

domingo, 1 de novembro de 2009

Foge ao sabor do vento


As folhas vão voando com a brisa que foge de mim, que habitou desde sempre a atmosfera que contempla o meu horizonte, que fez parte integrante do mundo que tentei moldar, construir do nada, sem regras ou ideais. Solitariamente eu caminho, sozinha na imensidão do sempre, desconhecendo caminhos ou mapas que me encaminhem para onde sigo, no entanto não me encontro perdida, pois não tenho para onde ir, nada me espera, o futuro encontra-se indecifrável, aplica uma língua distinta da que conheço e aprendi a lidar.
Encontro-te encostado à parede que ditou o teu fim, junto à porta que se fechou a teus olhos, que te impediu de avançar, de apagar todos os traços do passado e todas as impressões que marcam a tua pele, o teu rosto juvenil coberto de expressões que expressam tudo o que te vai na alma, o que faz de ti aquilo que és hoje.
Não acompanho o teu olhar, esse perdeu-se no infinito que é o tempo, perdido nas páginas da vida, disperso em fragmentos de segundos e momentos marcados por palavras e sentimentos que desapareceram sem razão, ou simplesmente por intenção.
Os erros e exitações completam o meu caminho sem destino, fazem de pedras da minha calçada, magoam os meus pés e impedem-me de avançar. Mas a dor já não provoca qualquer sensação em mim, aprendi a lidar com ela, a viver com a sua presença diária e a aceita-la como minha companheira, como um incentivo para encontrar o sorriso que aguarda por mim, escondido por entre os arbustos da felicidade.
Vejo-te ao longe, tão insignificante, tão irreconhecível e intocável. Por momentos sinto-me superior, não só a ti mas também ao teu mundo, aquele que criaste com todo o amor, tornando-o num local proibido, sem entrada nem saída, onde apenas habitas tu, o teu espírito que rejeita críticas e pedidos de perdão.
Finalmente o sorriso desenha-se em meu rosto, ignoro o desgosto que se encontra em meu coração, que o torna completo, melancólico e triste. Expulso-o, rejeitando-te indirectamente a ti e a tudo aquilo que criaste e provocaste em mim e em minha alma. Para mim não passas de um ser pequeno, frágil e intocável. As barreiras de ambos os mundos separam-nos, tornam-nos desconhecidos, inimigos e odiados. Mas teu ódio um dia foi amor proibido, a maçã do pecado que desejei e que agora lanço ao ar, sem destino, para longe de mim.

6 comentários:

  1. este texto fenomenal...muito obrigado amigga por vires ao meu paraiso...espero que continues a vir pois eu virei tambem ao teu....a historia do barquinho vai continuar:P

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  2. isso miuda...rasga o sorriso na tua cara.....junta uma pitada de cor, mexe bem....para tirar o odio...
    adiciona um pouco de olhar do teu e deixa temperar, passado 10 /15 minutos mete uma gargalhada pura e amor alegria e paz....deixa arrefecer e mete no prato:P

    antes de comeres diz HAKUNA MATATA e vai te saber a vida

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  3. Está tao lindo +.+

    obrigada pela força *

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  4. gosto muito da tua foto ps podes apagar este comentario

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  5. É mesmo!
    Eu bem que tento , mas influencia-me mais do que devia :x

    A tua escrita fascina-me , que texto +.+

    Bem que vou precisar, muito obrigada *

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  6. Tinha saudades de vir até aqui (:
    Identifico-me sempre com os teus textos e a tua escrita nunca me desilude!

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espírito crítico