Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Remoçar de novo e reconstruir o coração fragmentado em infinitos pedaços que preenchem o vazio da tua ausência, o nada que abraço em pleno como antídoto para a saudade que cresce semelhante à flor do nosso amor, a pureza sublime de sabermos que um dia nos encontrámos num passado real. Guardar no pôr-do-sol um lugar eterno para nós, o reflexo das memórias que cultivam em mim a nostalgia do teu desaparecimento, o arrefecimento da chama da paixão que me matava a cada momento em que te sentia em mim, eu dentro de ti, cingida ao teu peito que me abrigava da chuva incessante da tua alma.
Todos nós temos asas para voar, abrir os braços ao mundo e contemplar a sua existência, percorrer a vida sem receios, tropeçando em erros e caminhos incertos que nos conduzem ao que um dia seremos. Contudo, é necessário olhar para trás e testemunhar o que um dia fomos, recordar todos aqueles que foram o brilho genuíno da nossa felicidade, todos têm de aprender um dia que o coração muda mas as suas origens permanecem intactas, o reflexo da eternidade em nós.
Pergunto-me por que me chamas tão tarde, o tempo dividiu-se em segundos, momentos feridos pela tua ausência, destroçados por escassas esperanças que desvaneceram morosamente à procura de uma resposta, um eufemismo capaz de apaziguar o meu peito que viveu dolorosamente na tua espera.
Desapareceste e levaste guardado no teu bolso todo o amor que tinha para ti e no teu peito a fusão das nossas almas.

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espírito crítico