Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010









Abraça o meu coração junto a ti, torna-o um membro do teu corpo, um pedaço da tua pele, funde-o no teu olhar e decora os seus batimentos que embalam a tua respiração, afoga-te nas suas lágrimas ao som da acústica que este constrói em torno do nosso amor, da paixão criada entre mil frases ditas no silêncio de um momento, o desejo desenhado pelas chamas que se alastram em torno do nosso mundo e nos fazem morrer de algo que não chegamos a saber realmente o que é, sem significado ou nome, apenas uma simples raiz que cresce e nos cinge os movimentos, nos prende e nos torna unicamente num só.
Um abecedário de letras encontra-se espalhado na mesa, olho-as e nada me dizem. Com elas podia construir mil e uma palavras, um conjunto de frases que juntas teriam um sentido para mim e para ti, mas tu calaste-me e hoje nada entendo, não compreendo o que profiro, e tudo aquilo que nem chega a sair da minha boca, guardo-o no peito à espera do momento certo para lhe dar asas para voar.
A verdade é que tudo é vivido enquanto é pensado e eu dei-te vida, ofereci-te a essência da existência por te entregar os meus sonhos e pensamentos de uma forma inconsciente, o amor traduzido num simples gesto. Gostava de poder dizer-te que não te vou esquecer, que estarás sempre cravado em mim, tu traduzido em tudo o que passámos, mas não posso, pois a tua memória é a tua vida em mim, preciso de deixar-te ir para sempre, ignorar a tua existência, para, assim, descobrir-me novamente, libertar-me de ti e de tudo o que um dia significaste para mim, ser eu sem ter no meu ombro pousada a sombra do teu corpo, de tudo o que fez de nós o que fomos.

Perfeito: finalmente, foste perfeito no meu sorriso, no olhar que te lancei e me apaixonei, o sabor da tua pele, o cheiro do teu corpo que electrificava o meu peito, a impressão do teu toque que criava chagas em todos os pedaços em que em mim tocavas. Foi perfeito o amor intrínseco em cada palavra timidamente confessada, no apertar das mãos que se consumiam no calor humano que lançavam na atmosfera, fomos perfeitos até ao fim.


5 comentários:

  1. Tb sinto k se calhar tenho d me libertar do passado, do presente, dos amores e desamores... mas dói tanto, não é fácil... Adorei o texto! Parece que foi escrito para mim!

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  2. escreves de uma forma linda :o

    amo a música, completamente <3

    sigo-te (:

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espírito crítico