Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

domingo, 6 de dezembro de 2009




A ti proponho uma viagem pelo mundo, por tudo aquilo que construímos e tornamos nosso com um bater do coração, com uma palavra doce e apaixonada, com um olhar cativante e um sorriso comprometedor. Veremos a montanha que fomos, o oceano que completamos, o horizonte que moldamos com sentimentos indescritíveis, a vida que pensamos ser eterna.
A tua recusa é aceite, não há razões para ver o já esquecido, admirar o já apagado, não há que compreender o incompreensível em que nos tornamos, o paradoxo que provocamos com todas as palavras magoadas, marcadas de raiva e desespero, tudo aquilo que nos afastou e nos trouxe de novo para a ignorância em que vivíamos antes de sabermos da nossa existência, antes de termos a noção de que seríamos um tudo, um coração reconstruído com peças tuas e outras minhas, tornando-nos cativos, presos um ao outro, a alma de cada um.
Hoje sinto-me sem questões nem respostas, vejo-me perdida num local incógnito sem entrada para o futuro nem saída para o passado, desconheço tudo o que me rodeia, mas ao mesmo tempo tenho a noção de que tudo são recordações daquilo que vivi e fui, restos daquilo que sou hoje. Eu quero fugir, não aguento a espera que é infinita, não suporto a incógnita em que vivo, o desespero que é a minha vida, a saturação que é o meu estado de espírito.
Ironia, a única palavra que invade a minha mente, provoca-me o riso e o senso! O destino é simplesmente a ironia da vida, como tudo pode ser compreendido e descrito num simples ditado popular, empregue no senso comum, aquele de quem fugimos e repugnamos, mas que no entanto é mais sábio do que toda a razão que ostentamos, todo o conhecimento e raciocínio que idolatramos e pensamos ser único e a única forma de justificar  a nossa existência.
Eu não acredito que ninguém neste momento sinta aquilo que sinto, pois os sentimentos são únicos, criados cada um por raiz única que se desenvolve, se torna planta e depois flor, a beleza da vida, a perfeição escondida por entre folhas e pétalas. Até ao dia em que envelhece e se torna cativa à fealdade que tanto repugna, mas que agora é o seu traço mais evidente. E a seguir vem a morte, o fim de tudo ou talvez o começo, ninguém sabe e nem eu espero uma resposta. O mesmo acontece com tudo aquilo que sentimos, hoje novo, no cume da felicidade e força e amanhã jaz no fundo de nossos coração, esquecido e apagado. Considero o meu amor uma flor que se saciou com a poção da vida ou o veneno do eterno. Não o vejo envelhecer, deteriorar-se com o tempo, apenas continua como sempre foi, forte e intenso, provocando arrepios e palpitações a cada lembrança. Desejo a sua morte, como nunca desejei nada em toda a minha vida, mas é ele que me mantém viva, me faz continuar nesta jornada em busca do meu destino.
Hoje é o dia em que a esperança não voltou, fugiu-me por entre os dedos e decidiu ser feliz longe de mim, sua companheira de anos. É tempo de crescer, de abandonar a criança que fui e tornar-me naquilo que me foi condenado de nascença, mulher, um sujeito por defeitos e pecados, medos e erros, mas que no entanto continua em busca da perfeição, uma miragem, um oásis, uma luz ao fundo do túnel.

3 comentários:

  1. as tuas palavras , os teus textos , adoro são simplesmente fascinantes +.+

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  2. LOL , mas é que é isso mesmo ! Não me parecer que saber jogar voleibol , andebol ou tretas dessas me sirva de muito no meu futuro , enfim ! é a tal coisa , a muitos sobe a média ,, mas a outros também a desce !

    Nada disso ;b Fui sincera apenas :) *

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  3. De nada, e este texto está simplesmente de cortar a respiração, amei! *.*
    Força :)*

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