Words are spaces between us

A alma está para lá das palavras, encontra-se escondida nas vírgulas que separam os sentimentos latentes nas frases ditas inconscientemente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Asas despedaçadas, amor quebrado




Uma impressão, uma vibração percorrem a minha pele e provocam o arrepio que invade o meu espírito e o fazem detentor de desejo, emoção e sentimento. Perdida por entre labirintos de indecisões, erros e incompreensões, metáforas e superstições, encontro uma porta já conhecida, escondida por entre o passado apagado, rasurado pela negação e pelo esquecimento. Um olhar comprometido, pecaminoso, relembra tudo com um rasgo de paixão que ainda resta no fundo da alma, uma leve impressão de desejo ainda por saciar, como se de um objecto ele se tratasse, um meio para atingir um fim. 
A mim nada és, nunca o foste, tentaste pertencer ao verbo "ser" do meu íntimo, mas nem o conheceste, por mais tentativas inesgotáveis e sem qualquer fruto. Nunca foste o meu olhar, não me cativaste o coração, no entanto provocas-me o desejo, o meu maior pecado, o de ter aquilo que desperdiçamos, que lançamos ao vento como uma velha folha de jornal a quem a novidade passou a memória, a pegada que ficou para trás, o figurante das histórias ou a insignificante letra no poema guardado na gaveta do armário. 
Acusaste-me de não te amar, de te agredir com palavras amargas, pobres de sentimentos, carregadas de indiferença e vazio, mas era apenas isso que me provocavas, o nada, o desespero de te ter e de te abandonar junto à valeta da estrada, perdido no deserto, sem caminho para ir nem mapa por onde se guiar. Foi aí que te deixei da última vez, aquela em que me despedi com um "adeus, até nunca mais", sem olhar para trás, sem um carinho nem olhar de piedade. Aí morres aos poucos, na ignorância, amando aquilo que nunca te quis, que te encostou contra a parede, que se apoderou de ti e abusou e depois largou num canto com o coração partido em mil pedaços, provocando um oceano de lágrimas sentidas, talvez as mais verdadeiras, aquelas que certamente foram as únicas para mim. 
Acalmei, abrandei o espírito, hoje não sou o que fui, a criança que vivia dentro de mim cresceu, a ignorância passou a Razão e a infantilidade a maturidade. Hoje vejo-te como um crente, um verdadeiro defensor do amor e dos contos de fadas e eu a personagem malévola do teu romance, a bruxa má que condena a Branca de Neve à morte. Viste-me, fui o teu fruto proibido, a maçã envenenada perdida por entre os jardins do Éden que desejaste com a própria vida e que te condenou ao pecado eterno. Eu sou o teu maior erro, mas também a tua história inacabada, aquela que esperas vir a completar com um final digno de memória. 
No entanto, eu não te amo, não é por ti que o meu coração bate, que as palavras são dirigidas, que os sorrisos são lançados, que a alma está condenada amar até que nada mais exista, que a morte suprema se apodere de todo o amor que carrego no meu ser. Não é a ti a que entrego o coração, as promessas de vida eterna, de amor infinito e felicidade inesgotável. Não sou eu a tua amada nas horas em que a paixão aperta, em que atinge o cume da felicidade, o antídoto para a minha própria indiferença

6 comentários:

  1. Oh meu deus, que palavras!
    Eu amo amo amo completamente ler-te *.*

    ResponderEliminar
  2. E obrigada, és mais que simpática :')~
    Gosto tanto da tua música *

    ResponderEliminar
  3. Ola
    Nunca pensaste ser assessora de beleza?
    So ha vantagens :D
    junta-te a mim e a oriflame ;)

    ResponderEliminar
  4. o teu é que está lindo. :)
    vou-te seguir*

    ResponderEliminar
  5. wow , mais um texto maravilhoso *o*
    atletismo é das poucas modalidades que gosto x)
    LOOl , a minha prof nova não me cativou , não lhe achei piada nenhuma , e acho que não vou gostar das aulas dela -.-
    eu preciso de férias urgentemente !

    ResponderEliminar

espírito crítico