Senhor Ninguém, hoje observei o poço melancólico das memórias e por momentos pude ver o reflexo da tua figura escrita nas águas adormecidas que embalam o tempo que passa e foge sem nunca se cansar da vida nómada que optou para si. Um dia foste alguém, o meu alguém, aquele a quem o meu ser foi condenado a amar, até mesmo o ódio que este deseja sentir por ti. Hoje és o ninguém, o fantasma que assombra o meu coração, a minha alma que se esconde por entre os olhares que faço ao mundo.
Por momentos desejei mergulhar por entre as águas, gostaria que elas me engolissem e se saciassem com o meu corpo que nada por entre os seus dedos imaginários e por entre os seus lábios escondidos nas areias que me puxam e me tentam abraçar. Mas a beleza da vida faz-me recuar e caminhar pelo caminho da eternidade, do fim sem vista.
Uma folha voa com o vento e viaja pela imensidão que é o mundo. Amarro-a com toda a força que se acumula por entre a minha mão, quase a rasgo, a ânsia é o nome da explosão que se dá dentro de mim. Tatuo as palavras nela, carregadas de sentimento e emoções que se entalam na minha garganta seca e no meu coração marcado pelas valas vazias e obscuras que um dia foram ocupadas pela tua presença inconsciente. As palavras e a folha, outra duas, hoje são uma só. Como as metades dos nossos corações fragmentados que procuram incessantemente pela sua metade perfeita. É aqui que me lembro de ti meu eterno amado, de como fomos um só, e de como vais continuar a ser o meu pedaço, a minha alma que está guardada por entre as tuas gargalhadas de alegria e paixão.
Grito, apelo por compreensão, mas a ajuda não é bem vinda. A dor tornou-se a minha companheira de viagem, a confissão de todos os meus segredos mais secretos, a única que me deu a mão nesta fase que será sempre o meu ponto de partida, aquela que irei lembrar quando estiver no culminar da felicidade e que temerei para toda a minha vida.
A acústica invade a minha mente, o meu mundo vibra e torna-se cativo de tal melodia que percorre todos os cantos do meu espírito. O corpo move-se em busca de ritmo, como se fosse obrigado a tal. Aqui te chamo, cito o teu nome sem nunca me calar, desejo ter-te ao meu lado, dar-te a mão e conhecer todos os teus gestos. Ama-me em silêncio, por entre nossos segredos que nos fazem pessoas e meros humanos, muito distantes da sabedoria, mas perto do amor que nos constrói como seres.
(desculpem a ausência, mas a inspiração falhou, desapareceu e só agora a reencontrei)
e a inspiração voltou com grande força, este texto está absolutamente magnifico *.* é um gosto, mesmo, ler o que escreves.
ResponderEliminarBeijinhos
desculpa, mas quando leio os teus textos tenho que os ler mais que uma vez, são lindos !
ResponderEliminarBeijinhos *
Obrigada :D
ResponderEliminaré exactamente o que eu penso. Para haver o bom, tem de haver o mau. Para se ser feliz, teve de se ser infeliz. Digo muitas vezes para as pessoas nao desprezarem o feio, pq se este nao existisse, simplesmente nao haveria o belo (:
adorei o textinho, está lindo como sempre. A foto esta magnifica (:
Continua : D
Beijinho*
parabens pelo texto.
ResponderEliminarFoi muito bom conhecer teu blog.
Maurizio.
* muito bonito teu rosto...
muito bom!
ResponderEliminarvou passar a vir aqui mais vezes =) *
uaaau Oo
ResponderEliminarestá lindo :)