Espaços brancos, palavras soltas, exclamações, reticências, tudo se resume ao vazio que me preenche lentamente, como se eu mesma fosse um espaço perdido no vácuo que ecoa no tempo, que me queima os olhos – obscuro, a escuridão a ser a essência da minha alma. Hoje sinto-me em casa, como se não houvesse razão para partir, tudo o que quis foi ficar, finalmente encontrei o meu lugar.
Infinito: sustento a respiração na busca do verdadeiro sentimento que é morrer, o oxigénio a desaparecer em mim, a pele pálida que se rompe semelhante a papel. Sou o desejo ser vidro, figura transparente, ausente de mistério, de questões que consomem a mente, que apagam tudo o que quis um dia ser, o que sonhei poder vir a tornar-me, a nostalgia da noite que invade surrateiramente o mundo à procura do desconhecido, da razão, a simples justificação do disfemismo que é viver.
Procuro em vão a dor, o sofrimento que lateja no meu coração, ou no que resta dele, mas mais uma vez sinto-me perdida na minha própria casa, o meu corpo atraiçoa-me, o meu espírito afunda-se e por mais que o tente alcançar interiorizo que sou incapaz pois eu mesma perdi a coragem de me ver como sou, de aceitar aquilo em que me tornei no dia em que perdi o controlo e da útopia que são os sonhos.
Daniela,
ResponderEliminarApesar de te seguir à algum tempo, digo-te, nunca li nada tão puro aqui, esta leitura prendeu-me.
Parabéns, gostei!
muito obrigada Carina, do fundo do coração :)
ResponderEliminarGosto muito do teu blog, sigo* :)
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