tag:blogger.com,1999:blog-87339534597742708992024-03-14T02:53:57.556+00:00"Words are spaces between us"Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.comBlogger81125tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-50632468087033981322012-01-24T20:48:00.000+00:002012-01-24T20:48:16.347+00:00Almas quebradas<div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-TdU1RbjSF4k/Tx8ZBCyQSGI/AAAAAAAAAXU/DYqJT1liHCU/s1600/238-justherguy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-TdU1RbjSF4k/Tx8ZBCyQSGI/AAAAAAAAAXU/DYqJT1liHCU/s320/238-justherguy.jpg" width="267" /></a></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">O ar gélido a ser a porta de entrada para o infinito, um lugar sem espaço nem tempo, apenas o frio a tomar conta do nosso corpo e a tornar-nos estátuas eternas, como se a solidão fosse a resposta para todas as questões essenciais, a razão da existência sublime das nossas almas perdidas, o sabor da vida que tentamos em vão alcançar.</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> As estrelas brilham, derramam um oceano de luz e calor que se expande no horizonte, no entanto o nosso peito encontra-se longe de mais, junto da escuridão que nos consome lentamente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Hoje quis dizer-te palavras impossíveis, significados incompreensíveis, abraçar-te eternamente num único momento, longe de tudo, perto de nós. Hoje procurei tornar o que temos possível e unicamente nosso, como se as nossas almas estivessem ligadas pela atmosfera negra que nos envolve: a noite obscura a infiltrar-se nos nossos corpos, a neblina a ser a música que habita as memórias de um amor vivo no tempo, numa sucessão de imagens, memórias rasuradas pela dor, sofrimento que palpita no peito e nos lembra a vida que se desgasta semelhante ao papel amarrotado em que um dia escrevi os nossos nomes na promessa de um futuro, somente um futuro. Hoje desejei fundir o gelo que nos queima a alma sedenta de paixão, que nos aprisiona os movimentos, que nos cala as palavras que guardamos profundamente no coração.<o:p></o:p></span></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-91493298250682864672012-01-03T01:26:00.000+00:002012-01-03T01:26:12.923+00:00A busca<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-RQZzdRn1Vro/TwJZFgUf1CI/AAAAAAAAAXM/vwAvPKfnVNk/s1600/tumblr_lhrn8yw5Gr1qapex4o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-RQZzdRn1Vro/TwJZFgUf1CI/AAAAAAAAAXM/vwAvPKfnVNk/s320/tumblr_lhrn8yw5Gr1qapex4o1_500.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Espaços brancos, palavras soltas, exclamações, reticências, tudo se resume ao vazio que me preenche lentamente, como se eu mesma fosse um espaço perdido no vácuo que ecoa no tempo, que me queima os olhos – obscuro, a escuridão a ser a essência da minha alma. Hoje sinto-me em casa, como se não houvesse razão para partir, tudo o que quis foi ficar, finalmente encontrei o meu lugar. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Infinito: sustento a respiração na busca do verdadeiro sentimento que é morrer, o oxigénio a desaparecer em mim, a pele pálida que se rompe semelhante a papel. Sou o desejo ser vidro, figura transparente, ausente de mistério, de questões que consomem a mente, que apagam tudo o que quis um dia ser, o que sonhei poder vir a tornar-me, a nostalgia da noite que invade surrateiramente o mundo à procura do desconhecido, da razão, a simples justificação do disfemismo que é viver.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"></div><div class="MsoNormal">Procuro em vão a dor, o sofrimento que lateja no meu coração, ou no que resta dele, mas mais uma vez sinto-me perdida na minha própria casa, o meu corpo atraiçoa-me, o meu espírito afunda-se e por mais que o tente alcançar interiorizo que sou incapaz pois eu mesma perdi a coragem de me ver como sou, de aceitar aquilo em que me tornei no dia em que perdi o controlo e da útopia que são os sonhos.<o:p></o:p></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-25901727558622904632011-09-15T04:33:00.005+01:002011-09-15T21:18:48.726+01:00efeito borboleta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-tQ6VDgngLnU/TnFyAZ5X6NI/AAAAAAAAAWk/2Af0vQ0JL54/s1600/4b0fd2e35bb353378f40a39eefc966ee.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-tQ6VDgngLnU/TnFyAZ5X6NI/AAAAAAAAAWk/2Af0vQ0JL54/s400/4b0fd2e35bb353378f40a39eefc966ee.jpg" width="266" /></a></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #c5b2a1; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt;">Porta fechada. As janelas abertas convidam a brisa a entrar e com ela levar o aroma quente que habita o meu quarto, o perfume que contamina os objectos, as peças que um dia me pertenceram e que hoje não lhes dou qualquer valor. São meros esqueletos esquecidos no tempo que um dia apareceram à deriva e eu os agarrei na esperança de guardar neles um pouco do tempo perdido, os momentos que achei inesquecíveis, sentimentos que prometi sentir incansavelmente num tempo que julguei eterno.</span><span style="background-color: #5d5d5d; color: #c5b2a1; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #c5b2a1; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt;">Olho as estrelas e julgo-as rosas, leves e bonitas como a juventude que teima em desaparecer nos meus olhos carregados de vida desgastada, negra e marcada. O céu negro abraça-me e eu sinto o universo dentro de mim – por momentos não me sinto só, sou mais do que mundo, oceano ou tempo, sou o infinito. Perco-me, desapareço e deixo de existir. Por segundos julgo estar num sítio sem morada ou esperança, apenas vazio, o nada a ser a coisa mais importante, o vácuo a superar o tudo, o completo, o silêncio a ser a resposta de todas as minhas questões. No entanto, permaneço, as coisas são iguais, nada mudou mas ao mesmo tempo não sei onde estou. O papel de parede: as flores beijando o tecto na esperança de um dia poderem alcançar o céu, as estrelas que iluminam as suas feições e lhes dizem palavras, frases conjugadas que no final pouco expressam. É a atmosfera, o sabor a tabaco misturado com mentol que lhes aquece o coração cansado.</span><span style="background-color: #5d5d5d; color: #c5b2a1; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #c5b2a1; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">O parágrafo encerra o toque do piano que sobrevive esquecido no canto que contempla o espaço morto pelo tempo - sombrio. A música não existe e eu por escassos momentos sinto-me muda -<i>Hoje sei que não sou eu</i>.</span></span></div></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px;"><br />
</span></span></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-45468445132256085232011-07-24T01:16:00.000+01:002011-07-24T01:16:44.548+01:00Questões essenciaisHoje finalmente encontrei-me na escuridão, conheci a melodia da penumbra e por momentos não me senti só. Vislumbrei a minha alma reflectida nos traços escondidos pelo vazio que me consome lentamente, a felicidade intrínseca na infeliz noite que me ilumina o ser e me relembra quem realmente sou.<br />
<br />
Ecoa em mim a simples divagação do pensamento que gera incerteza, a dúvida que me assiste nos momentos envolvidos pela fantasia da perfeição que assombra os meus dias e torna a esperança o que ainda resta, a cinza de algo que ardeu e deixou de ter forma ou expressão, a sombra do dia radioso que deixou de existir para dar lugar à obscuridade. Mas quem sou eu, o que encerro em mim que continua a ser aquilo que fui num tempo sem lugar nem pertença? Serei a minha própria sombra, ou serei a metamorfose das cicatrizes que marcaram o meu corpo e o meu espírito, tornando-me a testemunha do meu próprio passado?Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-67664887753151121852011-07-14T00:29:00.000+01:002011-07-14T00:29:10.641+01:00Divagações<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-xVsfQgUQ3xU/Th4p_RhfcMI/AAAAAAAAAWc/K_nbcDXFzdU/s1600/145.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" m$="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-xVsfQgUQ3xU/Th4p_RhfcMI/AAAAAAAAAWc/K_nbcDXFzdU/s320/145.JPG" width="320" /></a></div><br />
Um misto de desencontros que segregou o nosso amor, separou-nos em pedaços e tornou-nos incompletos, imagens desfiguradas de um passado que guardo no bolso junto ao peito, bebendo os sentimentos com a sede de te ter e consumir, como se um dia tivesses feito parte de mim. É esta vontade de ser o que fui e apagar-me em simultâneo que me confunde, torna a realidade um mero quadro enegrecido pela voz da consciência que grita aos meus ouvidos em vão, suplicando para morrer e renascer numa outra era, numa existência extrínseca a mim e a tudo o que sou. <br />
E tu vens, despreocupado, não pensas, apenas ages. Abraças o meu peito e cheiras-me o cabelo como se não te lembrasses do meu cheiro, da minha presença que vezes sem conta invadiu a casa da tua vida, vandalizando o teu presente em busca de um pequeno espaço teu, meu, nosso, um fragmento do teu olhar envolvendo a minha alma vazia por não te ter, essa ausência de paixão, o vácuo de não ser tua e de não poder sê-lo de mais ninguém, pois um dia esqueci-me do meu coração na janela do teu peito e hoje não sei o caminho para o reencontrar.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-61305973924753914712011-06-07T21:03:00.001+01:002011-06-07T21:05:29.969+01:00Uma força que me destrói, despedaça-me em infinitos pedaços que se dispersam no tempo que avança sem medo ou esperança, corre contra a maré do destino, combate os ventos da vida e alcança o futuro num único suspiro. Num fechar de olhos estou num novo lugar, numa existência que desconheço, num corpo que não compreendo. Nada me resta, nem a alma se salvou, hoje não sou quem fui, o meu coração não bate pelas razões de outrora - sinto o meu coração tão vazio que chega a doer esta imensa solidão.<br />
Procuro incessantemente por razões que cultivem em mim sentimentos que um dia encontrei perdidos no meu caminho, premissas que justifiquem esta dor que me consome e gasta, esta morte de alma que me abraça e me torna um vulto de algo que um dia fui e já não sei ser novamente. Apenas quero encontrar um abrigo, um olhar que me roube do espaço e me faça descobrir o mundo que encerro em mim, uma realidade unicamente minha, o que verdadeiramente sou - quero encontrar-me outra vez.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-47255832119250515252011-04-23T03:17:00.001+01:002011-04-23T03:35:01.999+01:00LoserSonhos. Imagens nítidas que cultivam no peito certezas incertas, esperanças revestidas de amor e afecto, crenças que não passam do que são na realidade, crenças, ideias desfiguradas pela ânsia, pelo desejo de ter aquele por quem esperámos uma vida inteira, todos os seus traços, expressões, sorrisos e inocências, palavras, um rasto sublime de frases que nos invadiram o ouvido mas nos destroçaram o coração da certeza errada de termos encontrado finalmente o nosso pedaço perdido entre o infinito e um passado levemente esquecido.<br />
Um dia desacreditei, neguei concordar com a existência do destino, chamei aos desencontros e reencontros meras coincidências que dão cor à nossa vida, que a resgatam da penumbra do certo e lhe abrem a porta da fantasia do acaso, caminhos paralelos que subitamente se encontram sem qualquer razão ou explicação. Hoje, mais do que nunca, sei que nada é tão linear como se apresenta, as vestes que cobrem os rostos mentirosos e traidores aliciam-nos a entrar num jogo perigoso de amor, paixão doentia e sofrimento não merecido. A hipocrisia reina, a farsa é a sua arma, abraça-se ao cinismo e juntos são os actores principais numa história que acreditámos ser verdadeira.<br />
Cala-te, não digas mais nada, abafa a tua voz com a falsidade que guardas no lugar da tua alma, morre, evapora-te do mundo e refugia-te no inferno, deixa-te ser embalado pelas chamas que anseiam consumir o teu corpo sem valor, o teu sorriso vazio, as tuas palavras mortas. Morre, deixa-te ser a cinza de algo que não existiu, que nunca fez parte da minha história, pois para mim és como um papel velho, amarrotado e rasurado, rasgado pelo aroma de falsidade que emanas, foge e sê aquilo que és para mim, nada, o simplesmente nada.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-39747205176220908202011-04-18T23:29:00.004+01:002011-04-19T01:53:10.479+01:00Thank you<div style="text-align: center;"><em>"o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,</em></div><div style="text-align: center;"><em>mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.</em></div><div style="text-align: center;"><em>eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,</em></div><div style="text-align: center;"><em>que eu amava quando imaginava que amava. era a tua</em></div><div style="text-align: center;"><em>a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.</em></div><div style="text-align: center;"><em>era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores</em></div><div style="text-align: center;"><em>e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.</em></div><div style="text-align: center;"><em>muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade"</em></div><br />
<div style="text-align: right;">José Luís Peixoto</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-HAgo_8At2YM/Tay7GliR97I/AAAAAAAAAWY/YTK1X7_qPGA/s1600/Blogue.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" r6="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-HAgo_8At2YM/Tay7GliR97I/AAAAAAAAAWY/YTK1X7_qPGA/s400/Blogue.JPG" width="400" /></a></div><br />
Perco conta das vezes em que procurei inspiração nas tuas escassas palavras, nas tentativas incessantes em prolongar um momento que sabia desde à partida estar condenado ao passado, ao esquecimento das horas que escorrem ao longo do tempo. Abraçava-te contra o peito, desejava ser tu para nunca testemunhar a dor da saudade, um sofrimento silencioso em que a minha alma era o seu alimento, desvanecia-me, tornava-me sombra de um sentimento que não possuía nome de tão perfeito, nessas alturas desejei morrer no teu olhar e renascer nos teus lábios, viver em ti, ser a perpetuação de nós num futuro que desconhecíamos mas que procurávamos conhecer juntos.<br />
Hoje pergunto-me o que restou, talvez medo, o receio de te retornar a ver e nada ter mudado em mim, ser exactamente a mesma pessoa que viste à porta da tua vida, viver em mim um sentimento que nunca conheci mas que me acompanhou e que foi na tua ausência a minha companhia, desenhando o teu rosto no meu horizonte, libertando o teu perfume que em alturas foi o meu oxigénio mais desejado, o teu reflexo no meu coração.<br />
O tempo flui à medida que procuro o meu lugar na casa que é o teu coração, um espaço entre o vazio frio que cresce à medida que os momentos se esgotam e a distância que escorre entre nós cresce, matando o medo de poder voltar a ver-te, a esperança de te reconhecer em mim. A noite acompanha a solidão, acorda o sofrimento e reabre feridas outrora cicatrizadas: o sangue a contemplar a pele do corpo cansado de dor e desilusão, um amor que pára em ti e cria tempestades suaves no meu peito que reacende sempre que a luz reaparece, a iluminação da tua presença fantasma, a cidade que és no mapa da minha existência.<br />
<br />
As cordas cingem-nos os movimentos, as memórias rasuram o presente que procuro abraçar incansavelmente, é o passado que te torna o fantasma que assombra o meu peito, a maior mentira que cito incessantemente, a farsa de não te amar, a fantasia de te esquecer, a ilusão de viver sem ti.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-1458865955918591232011-03-18T22:44:00.001+00:002011-03-27T00:08:32.371+00:00Ele invadia surrateiramente a casa do meu coração, derrubava a porta que o detinha e abraçava o ar que eu respirava, sufocando a minha boca que secava como a terra que ele pisava de caminho a mim, à sombra que me tornei na sua ausência. Prendia-me com o seu olhar profundo e, por momentos, eu já não estava só, deixava de ser um vulto que assombrava a sua existência . Era o hospedeiro da sua alma, o alimento do seu amor sombrio que gelava a pele, que magoava o espírito cansado de tanta espera. Nessas alturas, eu era finalmente feliz.<br />
Era uma série de imagens que se esgotavam ao sabor do tempo, escassos episódios de satisfação de espíritos que pensaram saber amar-se de cor, como duas estrelas perdidas no imenso oceano azul que é o céu, viajando em busca do infinito, desconhecendo que este estava intrínseco no sentimento que as unia, condenado a ser a sua perpetuação na terra, a eternidade no mundo que um dia os abraçou.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-43412371801777371202011-03-13T06:34:00.002+00:002011-03-13T06:38:42.433+00:00És a pessoa mais bonita do mundo<div style="text-align: center;">"É um constante sol para esta mulher, não por sempre brilhar, mas por existir tanto, escondido de nuvens, tapado de nuvens, tapado de eclipses, mas vivo... Pobres cegos ou porventura serão estes os únicos seres humanos que como são se vêem, é esse o modo mais difícil de ver, agora que estão juntos até os nossos olhos foram capazes de perceber que se tornaram belos."</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;">José Saramgo in <u>Memorial Do Convento</u></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-ENCdM_Wxy1A/TXxj0_MK9nI/AAAAAAAAAV0/c9t873mRy1I/s1600/DSC_0145.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" q6="true" src="https://lh6.googleusercontent.com/-ENCdM_Wxy1A/TXxj0_MK9nI/AAAAAAAAAV0/c9t873mRy1I/s320/DSC_0145.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>És a pessoa mais bonita do mundo no momento em que me prendes no teu abraço, quando nos fundimos um no outro como alma gémeas que somos, duas sombras separadas pela vida que ousou rasgar o nosso amor em mil pedaços e abandoná-los ao sabor do vento que os conduziu rumo ao infinito que é o tempo esquecido pela tua existência em mim. Desaparecemos, calámos a solidão com memórias que rejuvenesceram o que desconhecíamos, o sentimento fragmentado, desfigurado pela distância que aos poucos nos gastou, tornando-nos nada, um ninguém sem nome ou rosto.<br />
És a pessoa mais bonita do mundo quando me procuras com a tua boca, os teus lábios quentes que traçam na minha pele o caminho do desejo, a sede de consumir o corpo que arde por não te ter, que anseia inexplicavelmente por ti, por tudo o que transformas, o misto de sentimentos que em mim provocas sempre que me cobres com a tua imagem obscura que espelha mistério, o segredo do que temos, do que apenas nós conseguimos explicar por gestos e momentos, a dor da tua presença, o sofrimento de te amar cegamente como se nada conseguisse apagá-lo, semelhante à réplica de um sismo que estremece a alma, o coração anestesiado pela tua beleza, o esquecimento da existência quando és tu a razão.<br />
És a pessoa mais bonita do mundo porque foste tu quem me fez quem sou, todo o sofrimento, todas as lágrimas, os gritos que sufocaram o silêncio, o medo, o medo, o medo de desapareceres e de me levares contigo guardado no bolso juntamente com todas as imagens que guardo a sete chaves no meu peito, tudo nos construiu e deu sentido ao que temos hoje, como se a certeza significasse o vazio que sinto quando me perco em ti, pois o mundo pára, passo a desconhecer o chão que piso, a luz que ilumina o nosso olhar que se encontra instantaneamente, apenas permanece o amor que te tenho, a premissa "estou irrevogavelmente apaixonada por ti, por nós, pelo nosso presente". O futuro é a incógnita que persiste mas hoje não a temo, pois não duvido de ti, és a pessoa mais bonita do mundo, quem escolhi para mim. Sem ti, tudo existe menos eu, pois tu és eu e eu sou tu, como um puzzle que procura no seu encaixe a perfeição. <em>Nós somos a perfeição meu amor.</em><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><em>Quero-te até o tempo se apagar com o silêncio das palavras que calei, que escondi até saber quem sou. Eu quero-te no momento eterno que ninguém conhece a não ser nós.</em></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-27559773652025701252011-03-05T04:53:00.003+00:002011-03-05T20:19:55.390+00:00Silêncio<div style="text-align: center;"><em>"Apenas disseram adeus, nada mais, que nem uns sabem compor frases , nem os outros entendê-las, mas, passando tempo, sempre se encontrará alguém para imaginar que estas coisas poderiam ter sido ditas , ou fingi-las, e, fingindo, passam então as histórias a ser mais verdadeiras que os casos verdadeiros que elas contam."</em></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;">José Saramago in <u>Memorial do Convento</u></div><br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-DI-E2sd2wN4/TXKZ7Du0axI/AAAAAAAAAVw/NIl441uh0-4/s1600/DSC_0147.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" l6="true" src="https://lh3.googleusercontent.com/-DI-E2sd2wN4/TXKZ7Du0axI/AAAAAAAAAVw/NIl441uh0-4/s400/DSC_0147.JPG" width="400" /></a></div><br />
Gostava que, ao olhar para mim, pudesses ver quem viste outrora. Queria ver-te e descobrir quem eu sempre procurei. Mas a luz desvaneceu e com ela toda a magia que um dia nos envolveu. <br />
Foste o equilíbrio ténue do meu coração, uma brisa que me rejuvenesceu e me fez acreditar não somente em nós mas também em mim, pois por escassos momentos perdi-me do que julguei poder vir a ser.<br />
Não sou eu, não és tu, não somos nada. Somos o vazio aquecido por memórias desfiguradas pelo tempo, a solidão que procura na tristeza o sentido da sua existência.<br />
<div style="text-align: left;">Hoje és em mim a mágoa que persiste, o vulto que me assola o peito e que inesperadamente me assombra o coração. Em palavras, és o fragmento invisível do meu corpo que se alojou na tua alma e que irá viver em ti até o esquecimento abraçar a nossa história.</div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-15076189697104240382011-02-09T23:07:00.001+00:002011-02-14T09:55:55.651+00:00Amor<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TVMePPNCA4I/AAAAAAAAAVs/AUojjf4RelE/s1600/tumblr_lamc1paIHa1qe0jtpo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TVMePPNCA4I/AAAAAAAAAVs/AUojjf4RelE/s320/tumblr_lamc1paIHa1qe0jtpo1_500.jpg" width="226" /></a></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">O <span style="text-transform: uppercase;">A</span>mor é o espelho do sonho que contemplamos a cada página virada da nossa vida, é a esperança plantada no fundo do nosso coração que espera a luz da pessoa amada, a sua aura resplandecente que ilumina toda a nossa alma esquecida na penumbra da solidão. O Amor é a salvação que esperamos encontrar, a porta entreaberta que surge inesperadamente no nosso caminho e nos faz descobrir um mundo nunca antes percorrido. O Amor é a verdade dita nas palavras que calam o nosso silêncio obscuro, a pureza desconhecida que nasce no nosso sorriso reaparecido. O Amor é o paraíso no nosso inferno que desenha em nós ilusões outrora ignoradas, a voz inconsciente que nos faz renascer. O Amor é a chuva incessante que nos molha o corpo ao som do vento que nos invade a pele e nos rouba o aroma de um passado enterrado no futuro, é o tempo que simplesmente desaparece e nos torna eternos por escassos momentos. O Amor é a certeza do incerto, é a confiança em algo que já nasceu condenado, é uma fracção do nosso eu segregado que finalmente se encontra, um conjunto de letras que juntas formam a verdade absoluta, Amor.</div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-56797649799935209002011-01-30T05:11:00.001+00:002011-01-30T05:11:42.717+00:00Remoçar de novo e reconstruir o coração fragmentado em infinitos pedaços que preenchem o vazio da tua ausência, o nada que abraço em pleno como antídoto para a saudade que cresce semelhante à flor do nosso amor, a pureza sublime de sabermos que um dia nos encontrámos num passado real. Guardar no pôr-do-sol um lugar eterno para nós, o reflexo das memórias que cultivam em mim a nostalgia do teu desaparecimento, o arrefecimento da chama da paixão que me matava a cada momento em que te sentia em mim, eu dentro de ti, cingida ao teu peito que me abrigava da chuva incessante da tua alma.<br />
Todos nós temos asas para voar, abrir os braços ao mundo e contemplar a sua existência, percorrer a vida sem receios, tropeçando em erros e caminhos incertos que nos conduzem ao que um dia seremos. Contudo, é necessário olhar para trás e testemunhar o que um dia fomos, recordar todos aqueles que foram o brilho genuíno da nossa felicidade, todos têm de aprender um dia que o coração muda mas as suas origens permanecem intactas, o reflexo da eternidade em nós.<br />
Pergunto-me por que me chamas tão tarde, o tempo dividiu-se em segundos, momentos feridos pela tua ausência, destroçados por escassas esperanças que desvaneceram morosamente à procura de uma resposta, um eufemismo capaz de apaziguar o meu peito que viveu dolorosamente na tua espera.<br />
Desapareceste e levaste guardado no teu bolso todo o amor que tinha para ti e no teu peito a fusão das nossas almas.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-66830274684757196652011-01-19T00:16:00.002+00:002011-01-19T00:17:25.287+00:00Meu amor<div style="text-align: center;"><em>"Eu acreditava mesmo que o amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Eu acreditava que se levantam tempestades fragéis e delicadas na respiração vegetal do amor (...) Eu acreditava que o amor é o sentido de todas as palavras impossíveis"</em></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;">José Luís Peixoto, <u>Uma Casa Na Escuridão</u></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TTYtVR9JtwI/AAAAAAAAAVg/RhvbsOuCZqE/s1600/mae+e+pai.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TTYtVR9JtwI/AAAAAAAAAVg/RhvbsOuCZqE/s400/mae+e+pai.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
<br />
<br />
Abraçar as tuas palavras e ser-te no seu significado, no expoente máximo do desejo sublime que surge nos nossos olhares condensados pelo tempo, perpetuados num futuro sem destino que vagueia entre o desconhecido e o incompreensível, o amor transcrito em dor esperançosa que busca na vida a sua salvação.<br />
Encontro-me em ti sempre que és tu quem vagueia pelos meus sonhos, quando o teu rosto é desenhado no meu pensamento, és tu meu amor, és tu quem contempla o meu horizonte. Por momentos, chego a achar-te o meu futuro, o ar que respiro quando a paixão me sufoca com tamanha emoção, és tu o meu alimento, a minha sede, a sobrevivência guardada no peito sempre que me encontro perdida no deserto gelado que sou, o frio eterno que me torna gelo. És a minha chama, o fogo que se alastra pelo meu corpo e me torna cinza da tua alma, uma impressão inscrita no teu coração, tatuada pelo amor eterno que busco em ti, a resposta que procuro nos teus lábios harmoniosos que citam espaços vazios, frases viciadas que me condenam a não poder compreender-te por mais que saiba por que caminhos te encontras, os tesouros que guardas na alma, o desejo que te queima suavemente na minha espera.<br />
Quero dizer-te tanto mas é tão pouco o que consigo, o amor é impossível nas palavras, nos verbos que tento aclamar, o meu amor é inconcretizável nas letras que se perdem na atmosfera para lá de mim, a barreira que se constrói em torno de nós e do mundo, a parede que nos cinge e nos torna um só, o oxigénio cingido a nós e aos nossos peitos: eu a respirar-te, tu a respirares-me, nós sendo um mundo à parte, um universo paralelo que busca no vazio o seu caminho, o seu lugar.<br />
Diz-me mais uma vez, a derradeira, a última de todas as alturas em que a tua voz foi ignorada, nos espaços em que apaguei a singela melodia que te acompanha, chama-me, o meu nome, cita-o dentro do coração incansavelmente: um vocativo perdido na tua alma que me torna eterna em ti, um eufemismo que acalma o teu corpo e te sorna novamente <em>sublime, sublime, sublime.</em><br />
<br />
<div align="right"></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-78952222980194470812011-01-12T20:05:00.002+00:002011-01-12T20:19:02.974+00:00A meia noite chega e traz com ela a dança das chuvas que contemplam o nosso <b>coração</b> que escreve lentamente a nossa história de amor. É o final deste dia, o termo do nosso mundo, que me afoga nas águas que suavemente deslizam e percorrem o meu rosto decorado pelos teus olhos. O nosso corpo, fusão de duas almas segregadas pelo destino traçado pela vida, embala ao compasso da música que nos envolve, as nossas mãos cingem-se à nossa pele, o nosso toque harmonioso ecoa no espaço infinito que invade o nosso horizonte e, mais uma vez, eu unicamente me perco em ti, em tudo que em mim és, os teus pedaços que para mim são tudo, a perfeição inscrita nas tuas expressões, as linhas que desenham a tua figura, tu, és o tudo que me perfura profundamente - dor, uma dor agonizante, um amor avassalador que me fere apaixonadamente.<br />
Tão perto, quase sinto a tensão que deixas no ar, a concentração de paixão que te envolve, atmosfera quente que me cega, neblina que mergulha em ti e te faz uma impressão do céu que vislumbro, o paraíso que caminha em minha direcção, avançando à medida que mata o meu <b>coração</b>.<br />
Fomos perfeitos de mais, um laço que nos cingiu e por momentos uniu os nossos mundos opostos por natureza, calámos a voz da razão e unicamente demos ouvidos ao amor que voou em direcção ao infinito que pensámos um dia ter-nos pertencido. Hoje calo-te, a tua voz que a mim nada diz, pois é o meu <b>coração</b> em ti que canta a nossa melodia, a música que se constrói em torno da voz das nossas almas que citam o nosso nome em vão.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-43754208919890529452011-01-11T22:13:00.005+00:002011-01-11T22:17:37.403+00:00Reapareceste como a leve brisa que viaja vinda do infinito, de um lugar longínquo que o próprio mundo desconhece, o ar que me abraça e me leva a percorrer a fantasia guardada nas nuvens que clareiam o céu e o tornam a luz da existência, o sol que nos ilumina a face e nos aquece o peito. Vieste sem eu saber por que caminhos andaste, e hoje contemplaste o meu coração com palavras que desconhecia, frases que decorei pela primeira vez desde o dia em que te perdera o olhar, a honestidade esteve latente na tua língua. Foi nesse momento que entendi que és a melhor pessoa e que em ti guardo o meu mundo de criança, o meu corpo infantil, frágil como um cristal que proteges silenciosamente na minha espera. Gostava de poder voltar a estar em ti, preencher-te como só ambos um dia o conseguímos. Mas, o meu coração desapareceu e tudo o que há hoje é uma vala perdia na penumbra que me contamina a alma e me gela, que me enfurece por não te poder oferecer o que achei ter sido nascido para ti. Obrigada, <i>és sem dúvida uma das pessoas mais especiais que poderia ter um dia conhecido.</i>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-72374999990663854332011-01-09T22:29:00.001+00:002011-01-09T22:32:06.786+00:00Silêncio de um gesto<div style="text-align: center;">"Esquece o que eles dizem sobre um grande amor</div><div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">Quem podia mais querer-te como eu</div><div style="text-align: center;">Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu"</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Manuel Cruz</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TSo2QI-wtfI/AAAAAAAAAVc/7imZlKtlwXA/s1600/piramidal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TSo2QI-wtfI/AAAAAAAAAVc/7imZlKtlwXA/s400/piramidal.jpg" width="265" /></a></div><br />
<br />
<br />
Tentei dizer-te o que nem mesmo eu compreendi, dar uso às palavras que não encontrei por entre o mar de paixão em que nadávamos rumo à inocência de um olhar apaixonado perdido na imensidão de tudo o que éramos, uma fusão completa de pureza sublime, mesmo antes de me teres desfeito e me tornado pó por um momento, cinza de algo que ardeu sem ser compreendido ou interpretado, um sentimento magoado, limado pela dor de se ver partir, morto pelo tempo, vivo na esperança de um gesto.<br />
Sigo os teus passos ao longe, és como uma pequena cicatriz que fere levemente a minha pele e te torna meu, uma porção do teu passado onde me vês, onde sou eu traduzida em pequenos momentos de cumplicidade e paixão, um sentimento que nos gela aos poucos, que nos paraliza sistematicamente, sempre que a imagem de nós nos invade o pensamento e nada mais resta, apenas eu e tu, uma simples impressão do que um dia conseguímos ser. Ao ver-te desta forma, somente como uma personagem do meu passado, entristeço aos poucos e tudo o que sinto desvanece, desaparece, pois mataste tudo o que eu tinha para ti, destruiste tudo pelo qual tu mesmo lutaste com uma acção, um monólogo que te tornou ninguém para mim.<br />
Por ti um dia achei-me capaz de tudo, tornei-me algo que julguei não poder ser, contigo senti o que unicamente foste capaz de me fazer sentir, um misto de sensações de intensidade inexplicável: o coração a doer, a bater de força, a doer, a respiração a falhar, a doer, o teu toque quente na minha pele gelada, a minha alma a doer, o teu olhar como chamas que me queimam silenciosamente, o meu corpo a falhar por tanto amor que te tenho, eu a apagar-me subitamente, e tu ali como a resposta para tudo o que um dia quis.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">E eu unicamente penso: <em>como quero poder não te querer</em>.</div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-27020514085586041622010-12-29T00:15:00.004+00:002010-12-29T02:59:42.601+00:00<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TRp9EMNPm7I/AAAAAAAAAVY/FGBVx8KdN8s/s1600/2781360.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://4.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TRp9EMNPm7I/AAAAAAAAAVY/FGBVx8KdN8s/s400/2781360.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Abraça o meu coração junto a ti, torna-o um membro do teu corpo, um pedaço da tua pele, funde-o no teu olhar e decora os seus batimentos que embalam a tua respiração, afoga-te nas suas lágrimas ao som da acústica que este constrói em torno do nosso amor, da paixão criada entre mil frases ditas no silêncio de um momento, o desejo desenhado pelas chamas que se alastram em torno do nosso mundo e nos fazem morrer de algo que não chegamos a saber realmente o que é, sem significado ou nome, apenas uma simples raiz que cresce e nos cinge os movimentos, nos prende e nos torna unicamente num só.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Um abecedário de letras encontra-se espalhado na mesa, olho-as e nada me dizem. Com elas podia construir mil e uma palavras, um conjunto de frases que juntas teriam um sentido para mim e para ti, mas tu calaste-me e hoje nada entendo, não compreendo o que profiro, e tudo aquilo que nem chega a sair da minha boca, guardo-o no peito à espera do momento certo para lhe dar asas para voar.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">A verdade é que tudo é vivido enquanto é pensado e eu dei-te vida, ofereci-te a essência da existência por te entregar os meus sonhos e pensamentos de uma forma inconsciente, o amor traduzido num simples gesto. Gostava de poder dizer-te que não te vou esquecer, que estarás sempre cravado em mim, tu traduzido em tudo o que passámos, mas não posso, pois a tua memória é a tua vida em mim, preciso de deixar-te ir para sempre, ignorar a tua existência, para, assim, descobrir-me novamente, libertar-me de ti e de tudo o que um dia significaste para mim, ser eu sem ter no meu ombro pousada a sombra do teu corpo, de tudo o que fez de nós o que fomos.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Perfeito: finalmente, foste perfeito no meu sorriso, no olhar que te lancei e me apaixonei, o sabor da tua pele, o cheiro do teu corpo que electrificava o meu peito, a impressão do teu toque que criava chagas em todos os pedaços em que em mim tocavas. Foi perfeito o amor intrínseco em cada palavra timidamente confessada, no apertar das mãos que se consumiam no calor humano que lançavam na atmosfera, fomos perfeitos até ao fim.</div><div><br />
</div><div><br />
</div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-23034093096169482652010-12-26T23:18:00.000+00:002010-12-26T23:18:02.883+00:00Em tempos o nada era o reflexo do teu rosto, a claridade do vazio a invadir os teus traços profundos que rasgam a tua pele suavemente, o invisível a emergir no teu corpo e tornar-te ninguém, um vulto morto e passageiro que viaja entre o nunca saber ser e o infinito de não conhecer a existência. Foi o vácuo a bater-te à porta, suplicando por entrar na casa da vida, a história criada entre mil olhares lançados ao destino perdido no universo que nos abraça, na narrativa que tu mesmo criaste e proferiste ao sabor do tempo que envelheceu as palavras e as tornou meramente sombras de sentido, cinzas do significado que ardeu com o fogo da dor de perder o que ainda restava, o pouco que guardaste entre os dedos, no centro da palma da mão com que destruíste a <i>nossa</i> pessoa.<br />
Os meus olhos estão pesados como se a consciência os torna-se seu abrigo, uma vala indiscreta onde a incapacidade aterrou, escondendo-se da força que nos alimenta a vontade de seguir em frente, em amarrotar o passado como uma folha de papel. A escuridão assolou o brilho do meu olhar, hoje não passa de um fantasma que nada revela, o meu interior está oco como uma velha estátua largada aos sete ventos, envelhecida pela acidez das águas que a corroem, desfigurada, um rasto de tristeza que contamina a atmosfera. Também eu me encontro assim, a melancolia conquistou-me por completo, tornou o sofrimento eterno, o amor intrínseco nos segundos que correm assemelha-se ao infinito, amedronta-me e simultaneamente me fere, as saudades reaparecem como sempre, mas desta vez sei que vieram para ficar e nada mais me resta a não ser dar-lhes a mão e habituar-me à sua companhia, serão elas que irão ocupar todo o vazio que guardo dentro de mim, todo o espaço que restou depois de ter-te oferecido o meu coração, um simples orgão que guarda nele todos os segredos da nossa vida a dois, todos os momentos traduzidos em sentimentos que experienciei com tamanha emoção que <em>hoje sinto-me gasta de sentir tudo e somente me rastar o nada.</em>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-63547533660088859722010-12-22T01:42:00.000+00:002010-12-22T01:42:58.344+00:00Queria<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TRFW2Y5EVbI/AAAAAAAAAVE/CH1MudC1oic/s1600/3458787.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="297" src="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TRFW2Y5EVbI/AAAAAAAAAVE/CH1MudC1oic/s400/3458787.jpg" width="400" /></a></div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;"><br />
</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Eu queria dizer-te, deixar as palavras soltarem-se na atmosfera e encaminharem-se para o teu ouvido, invadirem o teu corpo e chegarem directas ao teu coração, marcá-lo, tatuar nele todo o significado que possuem, tudo o que depositei nelas na esperanças de tas oferecer em troca da tua atenção e sobretudo da tua compreensão e tornar-me, assim, transparente a teu olhos, um corpo sem pele nem carne, o reflexo exacto de tudo o que guardo religiosamente no peito, esperando em vão que o descubras.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Eu sei que não é a resposta, tudo o que tenho feito até hoje não clarifica tudo o que tenho, o que guardo para ti, todo o meu coração, eu em pleno. Alguma vez te disse que és a chama da minha vida? Que o meu coração dói sempre que penso em ti e em toda a nossa história que guardo secretamente na memória? Quantas vezes te mostrei por palavras o mundo que és para mim? Raras, eu sei. Hoje todas as palavras que guardo no bolso, as que escolhi para te confessar, nada trarão de novo, tudo o que vivemos perdeu-se no passado e agora o que me resta é o medo de te perder na incerteza do futuro, de te largar a mão e nunca mais poder sentir o toque dos teus desde sobre a minha a minha pele, o teu suor colado no meu corpo, a tua saliva a percorrer cada traço meu, o teu amor no olhar, a paixão nas tuas palavras. Tenho tanto medo.</div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-80263079890192530412010-12-19T01:55:00.002+00:002010-12-19T01:57:25.310+00:00Disfemismo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TQ1lsh8OeoI/AAAAAAAAAVA/Rrzn1i2pUUs/s1600/cigarette_by_5tellaWasADiver.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="http://4.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TQ1lsh8OeoI/AAAAAAAAAVA/Rrzn1i2pUUs/s400/cigarette_by_5tellaWasADiver.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
<br />
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Dói. Acima de tudo dói. O coração rompe-se em mil pedaços e pouco resta, são escassos os sentimentos que posso ainda testemunhar, deixei tudo fugir ao som da destruição daquilo que acreditei e vivi. Nada resta, somente o vácuo que preenche o espaço que um dia te cedi, na altura em que me ofereci, em que te dei a minha mão e com ela o meu corpo inteiro, eu, a minha imensa contradição e, no fundo, a minha pequena esperança que se revelou infinita no reflexo dos teus olhos que abraçaram a minha alma e desenharam nela o teu nome, uma caligrafia profunda e exacta, a tua marca em mim.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Hoje, os meus braços caem desmaiados, o cansaço, a desilusão, tu, desgastaram o que um dia esperei poder dar, tornaram toda a beleza do meu amor em pura fealdade. Finalmente desisti.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">Perco-me em sonhos e pensamentos, uma mistura incapaz de ser separada, pois a nossa história foi feita de episódios vividos e muitos outros idealizados, uma narrativa puramente mágica que tanto se assemelha à realidade como se perde na incerteza do impossível. Sinceramente, agora que te vejo dentro do meu coração, que observo cada traço teu quando ainda eras tudo para mim, na altura em que significávamos tanto, concluo que tu mesmo és uma fantasia, a minha ilusão, um paraíso em pessoa, uma miragem onde me perco sem medos ou interrupções. Apenas te quero em pleno, quero-te, quero-te, desejo-te, quero-te. Quis-te tanto, desejei-te insaciavelmente.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">São estes os momentos em que tomo consciência da minha condição humana, as chagas que contemplam o meu coração, o vazio que me fere incansavelmente, mostram-me que não sou intocável, é este sofrimento que (me) mata todo o sorriso que construí sempre que acreditei em ti e nos teus eufemismos que tornavam a realidade um mero pormenor no nosso amor, na história profetizada pelas nossas almas que um dia achei gémeas.</div><div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">O nosso amor acabou, é certo, contra todas as minhas forças, face a tudo aquilo que fizeste sem noção do quanto me matavas, perante as estaladas que deste ao meu amor, foste tu quem me apagou. Com ele termina o mundo, todas as páginas da nossa história repleta de palavras cegas, de frases carregadas de algo que não existiu, uma doença que me contaminou, que me magoou a pele e a carne, todo o corpo, toda a mente, a peste que se apegou a mim e me tornou numa cidade deserta, vazia, onde apenas resta a tua sombra. Há tanto que desapareceste, <i>minha cura.</i></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-84457322329694102812010-12-02T20:49:00.001+00:002010-12-02T23:51:42.764+00:00Silêncio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TPgGU7NWqvI/AAAAAAAAAU8/ITlc4BC3VzY/s1600/This_long_silence_by_BetaAquilae.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TPgGU7NWqvI/AAAAAAAAAU8/ITlc4BC3VzY/s320/This_long_silence_by_BetaAquilae.jpg" width="320" /></a></div><br />
<br />
<br />
<br />
Hoje falei de amor, não resisti e cometi o maior dos pecados testemunhados, ousei perante as minhas convicções estruturá-lo e construí-lo do nada, começar do princípio como se de uma lição se tratasse e tornei-o vivo dentro de mim, uma visão íntima reflectida na minha alma. <br />
Aos poucos tornaste-te no meu ponto final, a interrupção das minhas divagações, e, por vezes, o parêntesis que acalmava o meu anseio e a minha inquietação, o momento de pausa que apagava o incêndio que lentamente destruía a minha harmonia, restando cinzas repletas de escuridão banhadas por insegurança e medo escondidos na penumbra das sombras que vagueiam em torno da minha mente, assombrando-me, tornando-me humana.<br />
Voas, dás-me asas e deixas-me flutuar na imensidão do teu olhar, caminhar por entre os traços do teu corpo que procuro descobrir e decorar, abres-me o peito e deixas-me analisar o teu interior, a fraqueza humana que habita em ti e te torna no máximo expoente da contradição, dolorosamente perfeito, puramente Homem.<br />
Hoje sei que foste o sentido máximo das minhas palavras, mesmo aquelas que procurei e não achei forma, tu estiveste sempre tatuado na minha vida, omnipresente no meu coração, o tudo fundido no vácuo que por tempos me refugiou, foste e és a minha resposta, pois é ao ver-te que encontro a justificação para a simples existência das lágrimas que molham a pele marcada do meu rosto, a dor que lateja fortemente no coração, é no teu amor que me descubro.<br />
Ninguém ama ninguém e eu ousei amar-te, procurei em mim a força para lutar face às vicissitudes da vida, tentei abraçar em pleno o teu perfume, cristalizar o sentimento que se desenhou entre nós como um laço invisível que nos unia inconscientemente.<br />
Lembras-te do tempo em que a nossa história era uma mera metáfora? Quando sentíamos tudo pela primeira vez, o contacto primordial do nosso olhar, a contemplação do nosso corpo que dançava ao sabor do vento que nos gelava os rostos. Nessas alturas desconhecia a paixão, o silêncio era testemunha dos meus pensamentos secretos que calava com medo do descontrolo, o espaço vago entre a realidade e a ilusão.<br />
Sinto saudades tuas mesmo tendo-te guardado no bolso, procuro em vão descobrir aquilo que foste, o teu sorriso genuíno, a minha casa, o teu coração puro onde me refugiei e ao qual confiei o meu, coração cativo no coração, carne carne carne, mistura de hálitos, fusão lábios que se consomem tentando em vão satisfazer o desejo que cresce, que ocupa todo o espaço existente, corte de almas siamesas, amputação do laço, empurrão que nos fez cair e rever a realidade mais uma vez. Tudo já não és o que eras, não te conheço, provocas-me receio, não sei para onde vais, quererei eu seguir-te?<br />
Foge, solta-me, grita em plenos pulmões, expulsa-me do teu mundo, eu não aguento viver num jogo contínuo, perder constantemente o resto que sobrou de mim. Eu apenas quero voltar a ser o que era, a dor constante de viver vazia, crua, mas humana, inteira como indivíduo. Não aguento que me desfaças sem saber, não suporto saber que não vejas a dor que me provocas com palavras simples que se revelam socos no meu estômago, um diálogo que abre em mim feridas extensas que me magoam, uma dor incapaz de ser curada.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-33094232134510200432010-11-22T21:25:00.004+00:002010-11-22T23:56:04.038+00:00Jogo perigoso<div style="text-align: center;"><i>"D</i><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><i>evagar, o tempo transforma tudo em tempo.</i></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><i> </i></span></div><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><div style="text-align: center;"><i>O ódio transforma-se em tempo, o amor</i><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><i> </i></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><div style="text-align: center;"><i>transforma-se em tempo, a dor transforma-se</i><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><i> </i></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><div style="text-align: center;"><i>em tempo.</i></div></span><br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px;"><i>(...)</i></span></span></div><div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif;"><i>por si só, o tempo não é nada. </i></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: medium;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: medium;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: medium;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: medium;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: medium;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">a idade de nada é nada. </span></i></span></div><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px; font-size: 14px;"><div style="text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">a eternidade não existe. </span></i></div><i><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">no entanto, a eternidade existe. "</span></i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><i><br />
</i></span></div></i></span></span><br />
<div style="text-align: right;">José Luís Peixoto, "Explicação da Eternidade"</div><div style="text-align: right;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TOrgdM_Od1I/AAAAAAAAAU4/XQgna_GQwoM/s1600/Lost_by_Aegis13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TOrgdM_Od1I/AAAAAAAAAU4/XQgna_GQwoM/s400/Lost_by_Aegis13.jpg" width="400" /></a></div><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"></div><div><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 10px; -webkit-border-vertical-spacing: 10px;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Talvez tenhas razão quando dizes que palavras não bastam, os gestos falam por si e revelam a nossa essência, o núcleo da nossa alma e a vontade que temos em oferecer uma porção de nós àquele por quem quem nos perdemos no primeiro olhar verdadeiro, a análise interior que fazemos sem intenção, a pureza da sedução que nos leva a percorrer caminhos incertos e desconhecidos de olhos vendados, cegos pela paixão que nasce como chama e se alastra até se tornar num imenso incêndio que nos consome lentamente, deixando réstias de nós nos cantos do destino que espera do outro lado da porta do futuro.</span></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tenho de te encontrar mais uma vez, gritar-te de longe e tocar-te nesse mesmo momento, fundir a minha mão no teu peito e sentir em pleno o bater do teu coração, decorar os seus traços e as cicatrizes que carregas, as marcas da vida que te tornaram no que és hoje, o meu tudo. Quero poder segurar-te e ser o teu porto de abrigo que te prende ao mundo, a gravidade que te puxa e te leva a ser meu, a manter-te cativo a mim para sempre.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estou a escrever à medida que ouço a nossa música, a melodia que em tempos contemplou o nosso espaço e as nossas almas, foi ela a minha companheira nos momentos em que me perdia em pensamentos, quando viajava longe em direcção a ti, à figura que me esperava do outro lado da estrada pronto para me abraçar e me mostrar um novo lugar, longe do mundo em que vivo constantemente, um espaço onde apenas existíamos nós e o nosso amor quente que aquecia as nossas almas sedentas de amor e paixão, que nos gastavam o coração de tamanhos batimentos descontínuos, denunciando o nervoso miúdo de estarmos nos braços um do outro, contemplando aquilo que há de mais belo, o nosso amado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É verdade que nunca amei como te amei a ti, como poderia fazê-lo se foste tu o único capaz de me salvar do que sou, a resposta para todas as interrogações, a peça que faltava para completar o vazio que tinha aprendido a ser? Nunca pensei encontrar alguém como tu, amar-te da forma como o fiz e nego poder algum dia esquecer-te como os desconhecidos com quem nos cruzamos nas ruas, que passam, olham-nos e desaparecem como imagens extrínsecas à nossa realidade.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos nós conhecemos de ouvido o estalar do nosso coração, o momento em que este se rasga semelhante a uma folha de papel e se transforma em dois nadas sucumbidos pela força latente da dor, fragmentos de algo que nasceu inteiro e condenado a ser desmembrado.</span><br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quantas vezes não me perdi nos momentos de choro constante, de palavras contidas e repetições do "porquê?", nestas alturas ousei racionalizar tudo o que até então tinha sido meramente fruto do meu inconsciente, produto natural e autêntico das minhas emoções e do lado animal e irracional encarcerado nas origens do Homem que sou. Cedo entendi que o amor nos arrasta para caminhos repletos de ilusões que chegam a roçar a alucinação, fantasias de tal forma desejadas cegamente que se tornam num objecto material ao qual pensamos ter acesso.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu sei que não posso amar-te, sempre que o faço parto mais uma parte do que sou, desapareço por momentos e todo o mundo é destruído, é consumido pelo fogo dos teus olhos. Participo neste jogo perigoso, atraio-te e torno-te também seu peão mas, invariavelmente, sou eu quem sai ferida, a única que sentiu cada segundo, cada tensão, cada gesto brusco com que me afastas e me atiras para o fundo do poço, carregado de vultos, sombras negras que se misturam e me tornam num ninguém, um nada rasurado pela penumbra da tua raiva.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Diz-me como apagar a tua voz, fazer desaparecer como por magia o teu perfume que se mistura nos meus objectos, as tuas impressões tatuadas na minha pele, conta-me como eliminar para sempre o teu testemunho na minha vida e faz-me desprezar-te, condenar-te por algo imperfeito em ti que desconheço, pois em ti só presenciei a perfeição no seu expoente máximo. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Liberta-me de ti. </span><br />
<b><br />
</b></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-5039838176269406992010-11-08T22:56:00.002+00:002010-11-09T10:48:47.097+00:00palavras<div style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">"Hoje compreendo os rios. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A idade das rochas diz-me palavras profundas, </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Hoje tenho o teu rosto dentro de mim."</span></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"</span> </div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TNh_7FtkpiI/AAAAAAAAAU0/vR9FiQ-nPis/s1600/Words_by_LittleRedRidingHoody.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TNh_7FtkpiI/AAAAAAAAAU0/vR9FiQ-nPis/s320/Words_by_LittleRedRidingHoody.jpg" width="212" /></a></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><br />
Dou por mim seca de palavras, rasurada no íntimo, sinto negado o dom de poder transcrever para o papel o que está encarcerado na alma. Esta mudez diminui-me, torna-me um pequeno ser num mundo gigante que gira em torno do meu frágil corpo condicionado pela barreira que se impôs ao meu passo, prenderam-me os membros e hoje encontro-me exactamente no mesmo sítio que estive no passado, o velho rasto continua presente mas agora apenas carrega memórias desmembradas pelo vento polidor do tempo.<br />
<br />
Pediste-me palavras, confissões de sentimentos que inconscientemente senti. Menti. Omiti. Criei um rasto de frases ensaiadas e perfeitas que deliciaram o teu coração e se tornaram melodia para os teus ouvidos. Escondi o sentimento limado, moldado pelos medos que construí durante o abraço em que me prendeste a ti e a tudo o que acreditavas ser nosso, fingi ignorar o sofrimento que me provocavas a cada silêncio, aprendi a manipular-me e tornar-me alguém externo, intocável pela minha alma ferida pelas mentiras com que construías o teu monólogo interior.<br />
Em tempos concluí que tudo o que fazias era magia para os meus olhos, todo o compasso de pequenas perfeições apaixonavam-me e consumiam a minha alma que era alimento do amor que crescia de forma calma, sem pressas de futuros incertos ou fins premeditados, pois apenas o nosso universo importava, a solidão de apenas te ter no meu coração preenchia o vazio do meu espírito, tornava-me um vulto contemplado pela paixão ardente que queimava as minhas impressões, tornando-me num ninguém.<br />
Aos poucos arrancaste pedaços de mim, o que eu pensei ser a fusão de dois seres predestinados, hoje vejo como a submissão de alguém que tentou acreditar num amor utópico, nas histórias contadas ao sabor da inocência que nos caracteriza durante a tenra idade, foi a crença que destruiu uma parte que um dia achei no interior do meu corpo. <br />
Ouço ao longe o eco da tua voz passada que ainda hoje me aquece o coração, a familiaridade do teu tom amacia-me e por momentos esboça um sorriso na minha alma. Esta ganha forma e cor, o tom encarnado envolve-me e invade-me a saudade gelada que me esfria e arrepia consequentemente. A acústica massaja o meu cabelo, sussurra no meu ouvido palavras que achei esquecidas, limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto que um dia apenas teve olhos para ti, a figura de uma amante que encontrou em ti a cura para a sua descrença no amor.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;"></div>Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8733953459774270899.post-467052784387763742010-10-11T23:51:00.000+01:002010-10-11T23:51:52.482+01:00Interrogações<div style="text-align: center;"><em>"Às vezes duvido da minha própria memória e pergunto a mim mesmo se apenas serei capaz de recordar o que nunca aconteceu.</em></div><div style="text-align: center;"><em>Marina, levaste todas as respostas contigo."</em></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><strong>Carlos Ruiz Zafón, <u>Marina</u></strong></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TLOUzvD-CTI/AAAAAAAAAUw/cJg4x0bYhwI/s1600/tumblr_la30hzq2AY1qzocyko1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" height="267" src="http://3.bp.blogspot.com/_RxpZLmgoLK8/TLOUzvD-CTI/AAAAAAAAAUw/cJg4x0bYhwI/s400/tumblr_la30hzq2AY1qzocyko1_500.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
Pergunto-me quem sou, um sopro de incerteza abala a minha verdade, destrói todo o castelo de cartas que foi então a vida que um dia pensei pertencer-me, o tesouro que achei guardado entre as mãos seladas. Formou-se pó, réstias de cinzas de uma chama que surgiu do nada, sem avisos ou saudações. Ardeu, queimou-me a pele e toda a alma que me contemplou, sobraram impressões de uma outra era, de uma idade que hoje não perdoa nem vive, uma sombra carregada de escuridão que busca no futuro a luz esquecida pelos seus olhos cegos pela velhice do tempo.<br />
Uma palavra sobrevive, ecoa no meu ouvido, transformou-se em mais do que um som, uma acústica de fundo na minha vida, tornou-se a minha máxima, caminha comigo pelo já conhecido, vislumbra através do meu olhar os sonhos que um dia cultivei no chão do meu mundo, os que floriram hoje são uma bela flor, um jardim imenso que enfeitiça corações e espíritos vagabundos, guardam nele a visão de um novo horizonte, um lugar melhor para aqueles que acharam a sua esperança morta . Os que desvaneceram, que preferiram lançar-se no abismo da ilusão, hoje contaminam-me com inseguranças, medos que um dia não significaram nada e que agora são quase tudo. <br />
É a tua voz que me resgata, os teus eufemismos pacificam a minha alma que sangra de falsa dor e os teus olhos, as safiras que um dia encontrei no virar da estrada que é o meu destino, hipnotizam o meu espírito, guiam o meu coração no incerto. Fazes-me caminhar ao longo do desconhecido por entre frases e sentimentos que nunca vira ou sentira até então. Dás-me a conhecer um mundo novo onde tudo é possível e é nele que até nós, um oceano de contradições, podemos contemplar o paradoxo frontalmente, admirando cada traço, cada contraste, o simples preto no branco que um dia duvidámos poder abraçar e fazer dele o alimento para a nossa ânsia de paixão.<br />
Deste-me a permissão de te amar, de descobrir e adivinhar os teus pormenores, os leves traços quase invisíveis que desejei sentir e tocar, os teus pedaços que guardas no bolso do teu imenso segredo ao qual só eu tenho acesso, ou apenas a parte dele, ninguém sabe, nem eu nem tu, apenas o teu subconsciente que te cinge os movimentos e a vontade de me amar.<br />
Durante a vida procurei sempre questionar tudo, pôr em questão a essência de todos aqueles que se atravessam no meu caminho, duvidar até mesmo da minha própria certeza. Construí com todo este mar de dúvidas apenas inseguranças que se acumularam no baú que guardo no fundo do peito, uma pequena caixa sem fundo semelhante a um poço sem destino, onde despejo tudo aquilo que escondo do mundo, toda a escuridão que sou. <br />
Hoje, mais do que nunca, procuro apenas respostas, justificações para a atmosfera de suspanse que deixas no ar. No fundo, quero apenas poder um dia compreender as tuas fugas inesperadas do meu coração, no qual tatuas como adeus umas simples reticências.<br />
Talvez não te lembres como nos conhecemos, a praia como palco da nossa primeira troca de palavras, a tua mente divaga e arrasta com ela as recordações de tempos longínquos, desmembrando-a, tornando o teu passado apenas um rascunho do que foi na verdade. Não sei por quais lugares andas neste momento, quais saídas escolheste para nós, apenas espero não voltar a ver-te, não desejar-te da forma como desejei sentir-te na última vez em que me tomaste nos teus braços e me fizeste tua como sempre fizeras antes. Quero poder olhar para trás e ver o que foi um dia nosso apenas algo que já não me pertence, como todos os objectos que fiz questão de oferecer aos que a mim são queridos como uma lembrança da minha presença nas suas vidas. Mas, serei eu capaz de algum dia poder abdicar de todo o sentimentos que depositaste em mim? Terei eu total poder em toda a nossa história? <br />
A vida é incerta, todo o dia que se abre por entre as nuvens que voam sem rumo é uma incógnita, um futuro ainda por escrever, e o nosso amor é apenas uma das suas interrogações, uma página que avancei na pressa de chegar até mim, ao que sou hoje sem ti.Danielahttp://www.blogger.com/profile/05359250895366553386noreply@blogger.com7